"DESISTO"
Desisto de ti porque até o amor tem limites, tem um fim anunciado, mesmo quando não acaba.
Desisto de ti com a mesma força com que amei e por isso tenho a alma rota, o coração guardado numa caixa, com fotos, cartas e outras coisas ridiculas.
E aqui estou eu.
E é como se fosse invisível esta dor insuportável que me aperta o peito e me fixa o olhar como se estivesse drogada, dopada e incapaz de ser mais do que esta representação de mim mesma.
Desisti de ti e comuniquei-o a todo o meu corpo. Disse à minha pele que esquecesse a tua, o teu perfume afinal nunca existiu e os meus ouvidos nunca reconheceram os teus passos na escada.
Mas apenas a minha cabeça compreende perfeitamente esta decisão. O resto de mim foi-se embora e não sei quando voltará, porque leva tempo a habituarmo-nos à tua ausência, a mim e ao meu corpo e à minha alma.
Quanta gente sentirá o mesmo? O amor é sempre igual, mesmo quando é diferente.
A urgência do outro, do corpo do outro, da voz e sei lá que mais, tudo é igual em quem ama. Por isso a separação também é idêntica.
E neste preciso momento uma boa parte da humanidade tem estes olhos vazios, este amargo na boca e aperto no estômago.
É engraçado saber-me acompanhada por desconhecidos.
É engraçado e irónico que entre essa multidão não estejas tu.
Desisti de ti e tu nem sequer o percebeste...
Apenas um número de telemóvel retirado na lista, apenas alguém que te fez rir e ter prazer.
É este o resumo da minha história.
Engraçado, não é?"
(Luisa Castel-Branco)
Quanta gente sentirá o mesmo...e simplesmente...desisto!
4 Comentários:
parabens pelo post.
colei-me a ele logo que o vi.
ahh! e o blog está 5 estrelas
sexta-feira, abril 06, 2007
Mesmo apos estes anos todos, este poema diz tudo a muita gente
sexta-feira, março 01, 2013
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sexta-feira, março 01, 2013
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